O evento faz parte de encerramento do Mês da Consciência Negra, é desenvolvido em 2 mês, onde as participantes serão preparadas para o desfile, com traje tipo africanos, tais como: roupa, cabelos, acessórios, sapatos e maquiagem, etc.
O objetivo da ação é valorizar a cultura afro-brasileira, além de destacar a beleza natural, orgulho e valorização da cor.
Diante destas definições, buscamos através do projeto, proporcionar as participantes o fortalecimento da sua autoconfiança e com auto-estima elevada, para que tenha a sensação de que é merecedora de novas necessidades e desejos, para assim com seus esforços, desfrutar de bons resultados.
Justificativa
O dia 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, o dia também é em homenagem à Tereza de Benguela, líder quilombola que se tornou rainha, resistindo bravamente à escravidão por duas décadas. Esse ano, a data traz à tona a luta da mulher contra o feminicídio, as reformas que destroem os direitos do povo brasileiro, principalmente, das mulheres negras e por reparações à comunidade negra.
A data é importante por chamar à reflexão para a situação de um dos setores mais explorados e oprimidos da sociedade, que é a mulher negra, e para os indicadores sociais, econômicos, políticos, que denunciam essa condição da mulher negra na sociedade brasileira.
A data possibilita também resgatar a história da mulher negra no Brasil. É um histórico de luta e resistência, como no período colonial, em que mulheres enfrentaram o escravismo, dirigindo insurreições, fazendo parte da direção dos quilombos, como é o caso da Tereza de Benguela. Um resgate importante, pois a mulher negra chefia famílias e garante o sustento familiar.
Tereza de Benguela liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho. Conforme documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 indígenas. O quilombo, localizado no Vale do Guaporé (MT), resistiu da década de 1730 até o final do século XVIII. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770.
Origem
A data 25 de julho teve origem durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. Ao longo dos anos, a data vem se consolidando no calendário de luta do movimento negro e tem resgatado a luta e a resistência das mulheres negras, bem como cumprido o papel de denunciar as consequências da dupla opressão que sofrem, com o racismo e o machismo. Ainda no mês de julho, é comemorado, no dia 31, o Dia da Mulher Africana.
Objetivo
O Projeto Fotográfico vem para exalta a beleza e o orgulho de ter pele negra, tem como objetivo contar a história de mulheres negras do Município de Bariri, através da imagem, e apoiá-las no processo de reconstrução da autoestima, utilizando a fotografia como ferramenta para falar sobre a importância do autocuidado, empoderamento e amor-próprio. “Há uma necessidade de demonstrar que a diversidade dessas mulheres importa, que há beleza em todos os tipos de corpos e tons de pele. Marcas contam histórias, que são belas”.
A Proposta
O projeto foi idealizado pela proponente Clarina de Souza Genaro representante do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo que após a leitura do livro “Quem tem medo do feminismo negro”, da Djamila Ribeiro. “Assim como ela, compreendi que todas nós necessitamos reconstruir diariamente nossa autoestima, já que a sociedade nos coloca num lugar inferior desde o dia em que nascemos”.
A proposta é que o ensaio fotográfico seja realizado de acordo com a vontade das participantes e auxilie no fortalecimento de cada uma. “A vivência precisa ser confortável e especial “.
O projeto mostra também a pluralidade da mulher negra, não só no sentido físico, e serve de inspiração para quem está se descobrindo. Para agregar a experiência das participantes e transformar a forma como elas se vêem.
Estamos vivendo um momento positivo na sociedade de reavaliação e rejeição dos preconceitos e estigmas étnicos e sociais, que infelizmente ainda são uma realidade no mundo em que vivemos. Atos espontâneos nas redes sociais e nas ruas endossados por celebridades, artistas e por milhares de pessoas comuns ao redor do mundo, inspirados pelo movimento “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”) buscam mudar essa triste realidade. “Existe um racismo estrutural em nossa sociedade que precisa ser removido, e a fotografia mostrando como cada pessoa é uma maneira de conscientizar as pessoas para isso “.
Serão fotografias, que mostrarão mulheres de todas as várias idades e todos os tons de pele negra, retratos bonitos de pessoas normais, relatando a beleza de cada um assim como são e suas histórias através de retratos. Queremos mostrar toda a beleza que existe para além dos padrões impostos pela mídia e o ideal caucasiano de beleza. Vidas negras importam, assim como suas histórias e sua beleza, que resiste apesar de todo o preconceito e sofrimento que os negros têm sido submetidos ao longo dos séculos. “Quero que as pessoas negras sejam vistas com dignidade, orgulho e mostrar o lado resiliente deles.”
O projeto será finalizado em formado de um vídeo e todas as pessoas retratadas terão nome, idade e minibiografia ao lado de cada imagem. Elas ganharão uma lembrança em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.